Se vencemos as provações e ganhamos a vitória sobre as tentações de
Satanás, suportamos então a prova de nossa fé que é mais preciosa do que o ouro,
e nos achamos mais fortes e mais bem preparados para enfrentar a provação
seguinte. Mas se desanimamos e cedemos às tentações de Satanás, ficaremos mais
fracos, não alcançaremos recompensa pela prova, nem estaremos tão bem preparados
para a próxima. Dessa maneira tornar-nos-emos cada vez mais fracos, até que
sejamos levados em cativeiro por Satanás, à sua vontade.
Devemos estar revestidos de toda a armadura de Deus, e prontos cada
momento para suster conflito com os poderes das trevas. Quando nos assaltarem
tentações e provações, vamos a Deus, e com verdadeira agonia de alma oremos. Ele
não nos despedirá vazios, mas nos dará graça e força para vencer e quebrar o
poder do inimigo. Oh! oxalá todos pudessem ver essas coisas na sua verdadeira
luz, e suportar as dificuldades como bons soldados de Cristo! Então Israel
avançaria, forte em Deus, na força de Seu poder.
Deus me mostrou haver dado ao Seu povo uma taça amarga a beber, a
fim de os purificar e limpar. E um amargo gole, e eles o podem tornar ainda mais amargo murmurando, queixando-se e
amofinando-se. Aqueles, porém, que o recebem assim, precisam de outro trago pois
o primeiro não produz sobre o coração o efeito que lhe era destinado. E se o
segundo não efetua o trabalho precisarão então de outro, e outro, até que haja
produzido o devido efeito, ou serão eles deixados sujos e impuros de coração. Vi
que essa amarga taça pode ser adoçada pela paciência, perseverança e oração, e
que terá o visado efeito sobre o coração daqueles que assim a recebem, e Deus
será honrado e glorificado.
Não é coisa insignificante ser cristão, de propriedade divina e por
Deus aprovado. O Senhor me mostrou alguns que professam a verdade presente, cuja
vida não corresponde à sua profissão. Têm norma de piedade muito baixa, e estão
longe da santidade recomendada na Bíblia. Alguns se entretêm em conversação vã e
indecorosa, e outros dão lugar a imposições do eu. Não devemos esperar agradar a
nós mesmos, viver e agir como o mundo, ter seus prazeres, apreciar a companhia
dos que são do mundo, e reinar com Cristo em glória.
Devemos ser participantes dos sofrimentos de Cristo aqui, se
queremos participar de Sua glória no além. Se procuramos nosso próprio
interesse, ou como podemos melhor agradar a nós mesmos, em vez de buscar agradar
a Deus e fazer avançar Sua preciosa e sofredora causa, desonramo-Lo e a essa
santa causa que professamos amar. Não temos senão um pequeno espaço de tempo no
qual trabalhar por Deus. Nada deveria ser demasiado caro para ser sacrificado
pela salvação do desgarrado e quebrantado rebanho de Jesus. Aqueles que fazem
hoje um concerto com Deus em sacrifício, logo serão recebidos a fim de
participar de uma rica recompensa, e possuir o novo reino para todo o
sempre.
Oh! Vivamos inteiramente para o Senhor, e, por vida bem ordenada e por conversa
piedosa, mostremos que estivemos com Jesus, e somos Seus seguidores mansos e
humildes. Devemos trabalhar enquanto é dia, pois quando vier a escura noite da
perturbação e angústia, será demasiado tarde para trabalhar para Deus. Jesus
está em Seu santo templo, e agora aceita nossos sacrifícios, orações e
confissões de faltas e pecados, e perdoará todas as transgressões de Israel,
para que sejam apagadas antes que Ele saia do santuário. Quando Jesus sair do
santuário, os que são santos e justos serão santos e justos ainda; pois todos os
seus pecados estarão apagados, e eles selados com o selo do Deus vivo. Mas
aqueles que forem injustos e sujos serão injustos e sujos ainda; pois não haverá
então sacerdote no santuário para apresentar seus sacrifícios, confissões e
orações perante o trono do Pai. Portanto, o que se há de fazer para livrar as
almas da tormenta vindoura da ira, deve ser feito antes que Jesus saia do lugar
santíssimo do santuário celestial.
Extraído do livro "Vida e Ensinos" pág.104 da escritora Ellen G. White